Para o entendimento desta matéria científica faz-se necessário a explicação de alguns conceitos básicos como: o dogma central, genoma humano e gene.
O dogma central da biologia molecular é a representação gráfica de como ocorre o fluxo de informações genéticas. Observando a imagem abaixo, entende-se que o RNA é gerado a partir da transcrição do DNA, em sequência ocorre a produção das proteínas, através da tradução desse RNA. Ademais, a molécula de DNA apresenta capacidade de se replicar.
O genoma humano é toda informação genética presente em todos os cromossomos, nesse caso, dos seres humanos.
O gene refere-se a um segmento de DNA que estipula a produção de uma proteína ou de uma molécula funcional de RNA.
A partir do sequenciamento completo do genoma humano, os pesquisadores identificaram que somente 2% dos nossos genes são codificantes, ou seja, irão produzir proteínas. Isto é, 98% do nosso DNA é “inútil”, o qual foi chamado por muito tempo de “DNA Lixo”. Hoje sabe-se que, esse “DNA Lixo” refere-se ao DNA que é não codificante é composto por íntrons, UTRs, regiões associadas a elementos regulatórios, genes de RNAs não codificantes e sequências repetitivas.
Novas descobertas estão relacionadas com o chamado “DNA ultraconservador”. Gill Bejerano, geneticista da Universidade de Stanford – Califórnia, descobriu essas sequências em 2004, mas só recentemente pode entender mais sobre elas.
O geneticista e sua equipe começaram a perceber que essas sequências de DNA eram extremamente similares em várias espécies distintas, o que é um tanto incoerente.
Embora essas sequências não codifiquem proteínas, os pesquisadores imaginaram que elas deveriam ter uma importância vital, onde não seria aceita qualquer alteração.
No intuito de testar essa hipótese, a geneticista Diane Dickel e sua equipe, realizaram testes em diversos camundongos. Utilizando-se de uma ferramenta de edição genética (CRISP-Cas), os pesquisadores deletaram quatro sequências de DNA ultraconservador. Essas deleções ocorreram de maneira singular e através de combinações de sequências.
Os resultados foram incongruentes, visto que os animais aparentavam estar bem e conseguiam até se reproduzir normalmente. Porém, ao dissecar os camundongos perceberam as anomalias causadas pela deleção dessas sequências. Entre elas: baixo número de células cerebrais, o que implicou no avanço de Alzheimer; região frontal do cérebro alterada, afetando áreas da memória e da epilepsia.
Essas descobertas contribuem para um avanço cientifico, estudos de genética e também para a área medicinal, que vem trazendo novas informações sobre doenças neurológicas.
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Referências:
Info sobre DNA/RNA, muito valioso.