Trazendo inúmeros debates, as lives de NPC viralizaram nas últimas semanas e vêm movimentando milhares de dólares.
NPC é uma sigla em inglês para non playable character, essa abreviação é comumente utilizada em jogos para representar personagens não jogáveis. O intuito dessas lives é simular gestos e falas dessa categoria de personagens e receber presentes virtuais em troca, sendo que posteriormente esses são convertidos em dólares.
Essas transmissões já eram conhecidas em outros países como nos Estados Unidos, porém elas tiveram um impulsionamento no Brasil nesse mês de setembro por conta do youtuber mais conhecido como Felca.
Felipe Bressanim de 25 anos, gravou um vídeo para o seu canal satirizando as diferentes lives do Tiktok. Em sequência ele criou uma conta no Tiktok para transmitir essas lives de NPCs, inventando também um personagem para esse conteúdo. Essa conta bateu 1 milhão de seguidores em três dias, o youtuber afirma ter pensado em investir nisso como uma forma de marketing para o seu vídeo.

Caso essa trend tenha passado batido por suas redes sociais, as lives do Tiktok permitem que você presentei os influencer, tendo itens que variam de 0,01 centavo de dólar até itens acima de 150 dólares. Sendo assim, essas lives especificas de NPCs, consistem em que o proprietário da live reaja de uma determinada maneira para cada presente.
A grande incógnita é o porquê desse crescente números de lives de NPCs e o porquê de tantas pessoas assistirem e monetizarem esse conteúdo.
O psicólogo Leandro Marques acredita que existe uma vontade de controle por parte daqueles que presenteiam, afirmando que "O personagem da live só fala o que as pessoas mandam. Se eu mando flor, ela fala flor, se eu mando gatinha, ela repete. Então a pessoa por trás da tela se sente no controle"
Leandro ainda traz uma das motivações para as personificações "A gente se humilha muito mais para patrão, para cliente, toma esculacho, escuta coisas horríveis. Aquilo ali para o trabalhador brasileiro não é nada. Além disso, o valor está acima da média do que pagam muitos empregos"
Nessa linha de raciocínio, algumas pessoas têm visto essas transmissões como uma fonte de renda extra, por exemplo a Juliana Ribeiro de 26 anos aproveitou as férias do trabalho para experimentar a nova trend. Em sua primeira live, de duas horas e meia, a jovem adquiriu 256 reais, tendo angariado mais do que em seu atual emprego.
O próprio Felca, que iniciou essa nova tendência, afirma ter arrecadado R$ 31.085,05 em sete lives de duas horas cada. A situação acabou gerando um problema para a plataforma do Tiktok que passou a restringir essas lives.

Refletindo sobre o assunto, o psicólogo Vitor Friary ressalta " Como todas as ferramentas de tecnologia, e de mídia social, os prejuízos que podem ser ocasionados precisam ser monitorados. É importante analisar se essas lives estão fazendo as pessoas se sentirem bem ou se estão desgastando sua saúde emocional de alguma maneira".
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