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  • Foto do escritorDakila News

Benefícios do veneno da aranha caranguejeira

Estudo inovador explora o veneno de aranha no tratamento de câncer

 

Uma molécula, derivada do veneno da aranha, oferece uma abordagem promissora e inovadora para o tratamento do câncer. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer se encontra em segundo lugar, entre as principais causas de morte no mundo. Perdendo apenas para as doenças cardíacas, o câncer responde por cerca de 9,6 milhões de óbitos anualmente.


A espécie de aranha Vitalius wacketi é o centro de interesse dos estudos. Durante a pesquisa, uma poliamina grande e instável foi descoberta, responsável por uma atividade neuromuscular. A partir disso, os pesquisadores isolaram e purificaram essa molécula, criando uma versão química da mesma.



O bioquímico Thomaz Rocha e Silva iniciou suas pesquisas analisando possíveis atividades farmacológicas de algumas substâncias encontradas no veneno de aranhas. Com o passar dos anos, um aluno de Thomaz decidiu estudar o potencial citotóxico desses venenos, isto é, examinar sua ação contra células tumorais.


Em sequência, essa molécula foi colocada juntamente de células cancerosas, causando a morte dessas por meio de apoptose. Esta abordagem pode ser benéfica em comparação com outros tratamentos, pois normalmente, esses causam a morte das células oncológicas por meio de necrose.


Rocha e Silva explica que no processo da necrose, a célula sofre um colapso gerando uma reação inflamatória com efeitos no organismo. Enquanto o processo de apoptose pode ser considerado como uma morte celular programada, onde o sistema imunológico é informado sobre essa morte, reagindo de forma mais controlada sem tantos impactos ao organismo.



Existem alguns tratamentos que também recorrem a apoptose das células tumorais, como por exemplo os anticorpos monoclonais. Porém, esse medicamentos costumam ser caros e de difícil produção. A molécula sintética, produzida a partir da aranha Vitalius wacketi, é atrativa devido à sua fácil fabricação e baixo custo, uma vez que é uma molécula artificial. Ademais, suas características físico-químicas que auxiliam a permanecer no sangue e sua excreção pelos rins em sequência.


Até o momento, foram realizados testes dessa poliamina contra a leucemia, entretanto os pesquisadores planejam expandir esse estudo para os outros tipos de tumores.


Os pesquisadores, pretendem avaliar esse fármaco principalmente em tumores de pulmão e de ossos. Além disso, para maiores esclarecimentos e segurança de seu uso, a pesquisa pretende verificar precisamente a ação do componente e sua forma de eliminar as células cancerosas, assim como seu comportamento com as células saudáveis.


Ademais, para que essa molécula sintética seja aprovada e liberada para o tratamento oncológico, ela precisará de avaliação em cobaias, no intuito de confirmar sua eficácia e segurança em organismos “ex situ”.Se aprovada nessa etapa, o estudo passa para a fase clínica, na qual o objetivo é estimar a ação dessa substância em seres humanos e sua eficácia no tratamento contra o câncer.



Somente após comprovar eficácia e segurança em todas as etapas citadas acima que a pesquisa poderá ser submetida à aprovação nas agências regulatórias para ser utilizada em clínicas e hospitais. Apesar de ser um caminho ainda longo para percorrer, essa substância traz novas esperanças para um tratamento oncológico.

 

 

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